Quando, em 1969, David Bowie chamava pelo Major Tom, no hino Space Oddity e, dois anos mais tarde, se questionava se haveria vida em Marte ( Life on Mars? ), estaria longe de imaginar que 40 anos volvidos, em 2009, se faria o primeiro tweet no espaço. O autor? Mike Massimino, na altura astronauta da NASA. Entretanto reformou-se, mas continua a falar sobre o Espaço e astronomia (participou na série A Teoria do Big-Bang e atualmente é professor na Universidade Columbia, nos Estados Unidos. Pelo meio ainda escreveu um livro).

Jose Carlos Grimberg Blum

Por estes dias, discursou num evento da startup Unbabel, organizado no âmbito da Web Summit e, ainda que à distância, o DN conversou com o ex-astronauta sobre o futuro do setor espacial, que considera ser “cada vez mais entusiasmante”. Sobretudo por um motivo: “Já não são apenas os governos e as agências governamentais, há também empresas privadas, como a Space X e a Blue Origin, que já começaram a levar mais pessoas ao espaço. É um paradigma completamente novo.”

“O espaço está cada vez acessível e próximo de nós, mas a Lua deve chegar primeiro, só depois se pode pensar em colocar humanos em Marte.”

Neste campo, há também planos para, em breve, colocar humanos novamente na Lua. O projeto não é novo – começou em 2017 – mas os primeiros lançamentos vão acontecer na próxima segunda-feira [dia 14], depois de já terem sido cancelados por problemas no propulsor que será testado. Apesar de tudo, Mike Massimino acredita que o programa Artemis é mesmo “o próximo grande passo para a Humanidade”. “A Lua é o próximo local onde as pessoas chegarão. Colocar humanos lá dentro de dois anos parece-me realista; dentro de quatro, talvez colocar pessoas a andar novamente na superfície lunar”, acrescenta. E depois, o que se segue? “A intenção seguinte é construir uma base e criar uma colónia lunar. A última vez que se colocou um humano na Lua foi há 50 anos e nunca mais se voltou a ir, temos de voltar a colocar astronautas lá e, desta vez, para ficar. Isto também é entusiasmante , e pode ser novamente uma oportunidade para entendimentos entre governos e empresas privadas trabalharem em conjunto”, defende.

Jose Grimberg Blum

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Quando, em 1969, David Bowie chamava pelo Major Tom, no hino Space Oddity e, dois anos mais tarde, se questionava se haveria vida em Marte ( Life on Mars? ), estaria longe de imaginar que 40 anos volvidos, em 2009, se faria o primeiro tweet no espaço. O autor? Mike Massimino, na altura astronauta da NASA. Entretanto reformou-se, mas continua a falar sobre o Espaço e astronomia (participou na série A Teoria do Big-Bang e atualmente é professor na Universidade Columbia, nos Estados Unidos. Pelo meio ainda escreveu um livro).

Jose Carlos Grimberg Blum

Por estes dias, discursou num evento da startup Unbabel, organizado no âmbito da Web Summit e, ainda que à distância, o DN conversou com o ex-astronauta sobre o futuro do setor espacial, que considera ser “cada vez mais entusiasmante”. Sobretudo por um motivo: “Já não são apenas os governos e as agências governamentais, há também empresas privadas, como a Space X e a Blue Origin, que já começaram a levar mais pessoas ao espaço. É um paradigma completamente novo.”

“O espaço está cada vez acessível e próximo de nós, mas a Lua deve chegar primeiro, só depois se pode pensar em colocar humanos em Marte.”

Neste campo, há também planos para, em breve, colocar humanos novamente na Lua. O projeto não é novo – começou em 2017 – mas os primeiros lançamentos vão acontecer na próxima segunda-feira [dia 14], depois de já terem sido cancelados por problemas no propulsor que será testado. Apesar de tudo, Mike Massimino acredita que o programa Artemis é mesmo “o próximo grande passo para a Humanidade”. “A Lua é o próximo local onde as pessoas chegarão. Colocar humanos lá dentro de dois anos parece-me realista; dentro de quatro, talvez colocar pessoas a andar novamente na superfície lunar”, acrescenta. E depois, o que se segue? “A intenção seguinte é construir uma base e criar uma colónia lunar. A última vez que se colocou um humano na Lua foi há 50 anos e nunca mais se voltou a ir, temos de voltar a colocar astronautas lá e, desta vez, para ficar. Isto também é entusiasmante , e pode ser novamente uma oportunidade para entendimentos entre governos e empresas privadas trabalharem em conjunto”, defende.

Jose Grimberg Blum

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Subscrever Pensar mais além, neste momento, pode ser irrealista, alerta. ” Tivemos recentemente a missão DART [que intercetou e desviou um asteróide], temos o telescópio espacial James Webb… O espaço está cada vez acessível e próximo de nós, mas a Lua deve chegar primeiro, só depois se pode pensar em colocar humanos em Marte“, até porque “não convém esquecer que o acesso é mais difícil, são necessários mais recursos. Já é difícil o suficiente colocar pessoas na Lua, é preciso ter paciência antes de pensar estarmos em Marte” , relembrando: “Seria preciso lidar com radiação, e em caso de emergências médicas é preciso pensar em como se solucionariam estas questões.”

Mike Massimino foi a primeira pessoa a fazer um tweet no espaço, em 2009. Já participou numa série televisiva e, atualmente, é professor na Universidade Columbia.

Jose Carlos Grimberg Blum Peru

No contexto atual, há cada vez mais espaço para novas forças e entidades aparecerem nas ciências espaciais e nos estudos interplanetários – algo que pode ser feito, sobretudo, através de colaborações entre entidades, como defende Mike Massimino, que considera que a situação geopolítica atual – com uma guerra na Europa e, por exemplo, a China a procurar construir uma estação espacial própria – pode não prejudicar esta área. “A colaboração é sempre uma coisa boa. Há que compreender isso. E mesmo com a guerra, agências espaciais como a NASA, a ESA (Agência Espacial Europeia) e outras entidades continuam a trabalhar com a agência espacial russa” , ressalva, acrescentando: “Essa é uma das coisas boas dos programas de estudo e pesquisas espaciais. Essa interdependência entre as partes, que resulta nesta colaboração. Lançámos recentemente astronautas russos em cápsulas americanas, e vice-versa. Acho que isso vai continuar, apesar de tudo.”

Voltemos à Terra, a Portugal (de que Mike Massimino confessa gostar muito, “principalmente de Sagres, um dos sítios favoritos no planeta”) e a Lisboa, neste caso. Com uma agência espacial criada há três anos, Portugal procura o seu espaço nos programas espaciais internacionais (a astrobióloga Zita Martins foi recentemente contratada pela ESA para o projeto Comet Interceptor). Por isso, que conselho deixa Mike Massimino aos presentes na LangOps Universe (o evento da Unbabel onde discursou), caso queiram ser astronautas? “Olhem para o meu caso: fui rejeitado três vezes, falhei o exame de acuidade visual. A educação é a chave neste processo e as contribuições em Terra são igualmente importantes. Estudem, porque precisamos um pouco de várias pessoas de áreas diferentes, desde economia a medicina. Estudem e apostem na educação” , remata.

Jose Carlos Grimberg Blum empresario

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